O Relatório de Notícias Digitais de 2023, divulgado pelo Instituto Reuters, destaca a complexa relação entre o público, os veículos de notícias e as plataformas de mídia social. A demanda por jornalismo confiável e independente é maior do que nunca em meio a diversas crises, no entanto, a indústria de notícias enfrenta fraco engajamento da audiência, baixa confiança e um ambiente de negócios incerto.

O relatório, que compila dados de 46 mercados em seis continentes, apresenta um cenário de uma indústria sob pressão, pivoteando, inovando e se adaptando. Entre as principais descobertas do relatório, destacam-se:

  • Redes sociais legadas, como o Facebook, estão perdendo engajamento. Plataformas lideradas por vídeo, como o TikTok, estão em ascensão.
  • Há uma crescente dependência de influenciadores ou celebridades para notícias em detrimento de jornalistas tradicionais.
  • As pessoas são céticas em relação aos algoritmos de seleção de notícias, apesar de afirmarem que preferem feeds de notícias algorítmicas.
  • A participação pública em notícias online está em queda, e a confiança nas fontes de notícias continua a cair.
  • O consumo de mídia tradicional, como TV e impressos, continua em declínio.
  • Um número significativo de pessoas evita ler notícias completamente.

O relatório oferece um exame abrangente da indústria de notícias e destaca desafios e oportunidades para os editores. Uma das principais descobertas é que a confiança nas notícias está mudando dos jornalistas para os influenciadores. As pessoas, principalmente os jovens, estão acessando notícias cada vez mais através de redes sociais, mecanismos de busca ou agregadores móveis em vez dos sites e aplicativos das marcas de notícias.

Ao mesmo tempo, apesar da preferência crescente para receber notícias de influenciadores de mídia social, as pessoas são cautelosas em relação aos algoritmos usados para selecionar feeds de notícias. Apenas 19% dos entrevistados concordaram que selecionar notícias com base no consumo de seus amigos era uma maneira adequada de obter notícias. Isso se deve à preocupação de que notícias mais personalizadas possam levar as pessoas a perder informações importantes e pontos de vista desafiadores.

O relatório também destaca uma diminuição na participação em notícias online, com apenas cerca de um quinto (22%) dos entrevistados participando ativamente. A confiança nas notícias em geral diminuiu, com uma média de 40% dos entrevistados dizendo que confiam nas notícias na maioria das vezes. A crítica generalizada aos jornalistas e à mídia de notícias pode ser um dos motivos para a queda na confiança.

Outra descoberta significativa é a tendência crescente de evitar notícias. Cerca de 36% dos entrevistados admitem evitar notícias, seja periodicamente de todas as fontes ou restringindo o consumo a horários ou tópicos específicos. Os evitadores de notícias preferem jornalismo positivo ou baseado em soluções e mostram menos interesse nas principais notícias do dia.

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