Estive, durante a semana passada, no Deserto do Atacama (Chile) para conhecer a nova linha de caminhões globais da Ford, o Cargo Extra-Pesado. A viagem, que começou pela capital Santiago, revelou um clima hostil, com frio bastante intenso e, principalmente, seco. Sem perceber, a Ford já preparava os convidados para algo ainda mais desafiador.

No entanto, nem tudo foi tão complicado. Tiramos o primeiro dia para conhecer a casa do exótico poeta chileno Pablo Neruda, que adorava morar em um local estranho e separado. Por exemplo, para sair da sala de estar e ir para o quarto, ele enfrentava o tempo externo (imagine um tempo frio e chuvoso), incluindo escadas de pedras e um pequeno gramado.

Após o passeio, fomos convidados para jantar no famoso restaurante “Como agua para Chocolate”. Para a nossa sorte, pude me sentar na mesa-cama, que nada mais é do que uma mesa com características de uma cama, incluindo uma grade na parte inferior e um travesseiro na parte superior. Apesar de estranho, era a mesa mais invejada e popular do local.

Após um excelente dia em Santiago, partimos de avião para Calama, capital de El Loa, e entrada para o conhecido Deserto do Atacama. Ao sair do aeroporto, uma série de casas revelam os alojamentos de milhares de mineiros que trabalham na região em busca de lítio, material utilizando tradicionalmente em baterias e que praticamente sustentam aquele povoado.

No entanto, a região de casas desaparece abruptamente, dando lugar uma grande e extensa área de rochas, terras e montanhas. Em alguns locais é possível ver aerogeradores que são grandes cataventos que aproveitam a energia eólica e a converte em energia elétrica.

Nosso guia afirma que a região tenta, de tempos em tempos, encontrar formas úteis e sustentáveis de utilizar o deserto para gerar benefícios aos moradores, incluindo a tentativa de plantar árvores e plantas para que animais possam sobreviver na região extremante árida do deserto.

Após uma breve caminhada (ou melhor, 1h15 de passeio pelo deserto), chegamos a San Pedro de Atacama, um povoado em meio ao deserto e cercado por diversos vulcões. Nos hospedamos no Hotel Kunza que oferece acomodações que mais se parecem com casas. E claro, em frente a janela do meu quarto, havia aterrorizante vulcão. Devo ter perdido algumas horas olhando para aquele monstro natural.

Durante o segundo dia, no qual ainda tivemos uma programação livre, conhecemos o pequeno centro da cidade para comprar “lembrancinhas” e conhecer o Museo do Meteorito, que supostamente exibe meteoritos que caíram no deserto e são coletados pelo dono que estava no local. Em conversa com o guia do Museu, ele destacou que deserto contribui para que os meteoritos sejam coletados, principalmente por contar com uma terra firme e nenhuma chuva.

Mais tarde, naquele mesmo dia, fomos convidados para participar da coletiva de lançamento do Ford Cargo Extra Pesado. Para a minha surpresa, e dos colegas blogueiros, nos sentamos juntamente com o Presidente da Ford Brasil, o inglês Steven Armstrong, que conversou abertamente sobre diversos assunto, principalmente tecnologia, celulares e redes sociais. Ele já havia nos surpreendido ao andar de bicicleta e nos acompanhar na visita ao Valle de La Luna, uma região que deserto que apresenta características visuais parecidas com Marte e Lua. A NASA, por exemplo, já teria ido ao local para testar seus robôs rovers.

E não é só isso, o Atacama também é conhecido por suas noites limpas e sem nuvens, o que possibilita visualizar as constelações de estrelas de forma espetacular. Não é por menos que o deserto do Chile é palco para o maior projeto de astronomia terrestre existente, um megaobservatório conhecido como ALMA, que mantém 66 antenas em funcionamento.

E para aproveitar esse luar dos deuses, um grupo de jornalistas e funcionários da Ford se juntaram, no fundo do hotel, que oferecia uma área aberta e longe de luzes artificiais, para observar a chuva de meteoro que, coincidentemente, cairia naquela noite. Pessoalmente, pude conferir a queda de três de meteoros, que riscaram o céu entre as luzes brilhantes e ofuscantes das estrelas.

Enfim, chegamos ao dia do Test Drive. Pelo tamanho dos caminhões estacionados, a Ford já deixava escapar a grandiosidade do evento que foi preparado. Ela não simplesmente levou os caminhões como preparou para que cada veículo tivesse um tipo de carga, destacando as diferentes formas de extra pesados pela paisagem do deserto.

Por ter sido escolhido como Grupo C, fui direto para o ônibus que acompanhava a carreata. Lá encontrei um iPad e um aplicativo bem desenhado que mostrava algumas funções do caminhão que andava a frente de nós. Era possível observar a aceleração, frenagem, câmbio, velocidade. consumo, RPM e incrivelmente a visão do motorista em um vídeo transmitido em tempo real.

A Ford nos explicou que o aplicativo foi desenhado apenas para o Test Drive e que não seria distribuído ao publico mas que sua leitura era feita diretamente através do “centro nervoso” do caminhão, onde esses dados são lidos instantaneamente, pelo sistema computadorizado, para oferecer uma viagem e utilização do veículo ainda mais confortável.

Após duas paradas, chegou a minha vez de subir no caminhão e andar no carona – infelizmente não tenho carta de habilitação para dirigir esses monstros. Ao entrar no veículo, que requer toda uma experiência nova (obrigado ao motorista que deu o suporte e explicação! hehehe), seu interior é similar ao painel de um carro, só que tudo um pouco maior e com espaço de tirar uma soneca na parte de trás da cabine.

Segundo o motorista – um funcionário da Ford que dirigiu aquele gigante de São Bernardo do Campo até o Deserto do Atacama – o caminhão oferece um conforto diferenciado ao trazer uma direção menor e um câmbio automático, que oferece tecnologia de ponta para que a pessoa no volante faça menos esforços, principalmente em viagens de longa duração.

Lançados como projetos globais, desenvolvido em parceria entre o Brasil e a Europa, os dois lançamentos da Ford, o Cargo 2042 4×2, com tração 4×2 para puxar até 49 toneladas, e Cargo 2842 6×2, com tração 6×2, com capacidade de até 56 toneladas, são destinados para viagens de longa duração e exigem manutenções bem espaçadas.

Assim como os carros, ambos os modelos trazem ABS com distribuição eletrônica de frenagem (EBD) e controle eletrônico de estabilidade (ESP), que monitora se o caminhão está saindo do curso original e aciona os freios individualmente nas rodas. Eles ainda contam com controle automático de tração (ASR) que auxilia o motorista em partidas e arrancadas em piso de baixo atrito.

Para desenvolver essas tecnologias, a Ford explicou que o caminhão rodou mais de 1 milhão de km em 8 países, incluindo a verificação da performance em temperaturas do deserto da Arábia Saudita e condução por um lago congelado na Suécia, permitindo que o modelo global esteja preparado para enfrentar qualquer tipo de clima.

Mesmo com tanta tecnologia embutida (incluindo um design que atrai os olhos), ambas as versões oferecem um custo-benefício bem competitivo para a categoria de caminhões: o Cargo 2042 4×2 tem preço sugerido de R$ 260.900 e o Cargo 2842 6×2 de R$ 294.900.

Ah, e a montadora já planeja trazer outros modelos de caminhões no futuro.

Agradecimentos a Ford Brasil pelo convite!

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