“É possível, sim, iniciar com pouco ou nenhum estoque”, explica Bruno de Oliveira, especialista em e-commerce e criador do Ecommerce na Prática.com.

Ele ensina passos para começar sem estoque e ser bem-sucedido:

Aposte em um nicho com logística simples:

A logística é um dos principais gargalos para o e-commerce no Brasil. “Se já costuma ser uma dificuldade para as lojas virtuais com estoque, para os que começam sem estoque torna-se um problema maior ainda”, explica Oliveira. Por isso, nesses casos o melhor é investir em nichos com logística mais simples, onde a fabricação e reposição dos produtos seja rápida. “Para alguns itens mais elaborados, os prazos de fabricação e entrega são maiores, o que pode atrasar os envios e prejudicar a operação como um todo”, comenta.

Escolha bem seus fornecedores:

Encontrar os parceiros ideais é sempre importante, mas para os que iniciam sem estoque torna-se ainda mais fundamental. “O primeiro passo é listar os distribuidores e atacadistas que trabalham com a linha de produtos que se pretende vender. É preciso pesquisar bastante e avaliar o modelo de trabalho de cada um”, ensina Oliveira. Para isso, segundo ele, o ideal é visitar cada uma das empresas pessoalmente. “Com essa visita, será possível verificar aspectos como a qualidade dos produtos, política de preços, organização e cumprimento de prazos”.

Utilize o estoque do seu fornecedor:

Para quem decide começar sem estoque, existem alternativas para “terceirizar” o estoque, como a chamada “just in time”, lógica de vendas que permite trabalhar com o estoque do fornecedor. “Dentro dessa lógica, tudo deve ser comprado somente quando for necessário. Quando uma venda for feita, o lojista virtual procura o seu fornecedor, faz a compra e envia o produto para o seu cliente. Dessa forma, ele consegue economizar um capital de giro que poderá ser investido em outros segmentos do negócio”, avalia.

Por outro lado, segundo Oliveira, esse modelo irá gerar custo adicional em relação ao deslocamento. “O lojista precisará ir muitas vezes até o fornecedor, embora preserve o capital de giro e não precise comprar todo o estoque de uma vez. É preciso calcular bem o quanto irá economizar e o quanto irá gastar, para fazer valer a pena”, comenta.

Negocie a prazo:

A negociação a prazo é outra estratégia interessante para um e-commerce sem estoque, de acordo com o especialista. “Nesse modelo, o lojista adquire certa quantidade de produtos e só paga o fornecedor depois de um certo tempo. Assim, ele ‘trabalha’ com o dinheiro do parceiro, e ganha tempo para vender os itens que foram comprados e pagar pelos produtos só dali a 30 ou 40 dias”, diz.

Abrir sem estoque é um bom negócio?

Mas afinal, vale ou não vale a pena abrir um e-commerce sem estoque?

Para Oliveira, esse modelo pode sim ser a solução, mas a curto ou médio prazo. “Se o empreendedor tem recursos limitados, montar uma loja virtual sem estoque pode ajudar bastante a dar aquele primeiro impulso. Porém, deve ser seguido por um período de tempo determinado, para levantar recursos. “De acordo com o volume de vendas, o ideal é, desde o princípio, já começar a utilizar parte dos lucros do negócio para montar um estoque próprio. Quanto maior a saída de determinado produto, mais ele poderá investir na montagem”, diz.

Segundo ele, isso fará com que as entregas sejam mais rápidas, e com que os custos com deslocamentos até os fornecedores sejam reduzidos. “O melhor é controlar com eficiência a saída e entrada de produtos, e apostar nos mais vendidos para montar o estoque inicial”.

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