A professora Nita Farahany, uma das principais especialistas em ética em neurociência, alerta em seu novo livro “A Luta por Seu Cérebro” que a invasão da mente humana através da tecnologia é uma realidade próxima, exigindo discussões públicas e a imediata criação de proteções cerebrais por legisladores.

Ela levanta uma série de riscos éticos a serem considerados no campo da neurociência, incluindo a possibilidade de hackear e rastrear pensamentos, implicações na justiça e intenção da lei, interferência na privacidade e liberdade mental das pessoas, perigo de doutrinação política e vigilância no local de trabalho ou policial, bem como preocupações sobre a tecnologia de impressões cognitivas.

A professora acredita que avanços na neurotecnologia significam que as invasões à privacidade mental através da tecnologia estão ao alcance das mãos, seja através de programas militares ou laboratórios de pesquisa de grandes empresas de tecnologia.

A combinação da ciência orientada à decodificação e reescrita de funções cerebrais, juntamente com o uso de tecnologia portátil, significa que as impressões cognitivas se tornarão cada vez mais comuns no futuro próximo.

Ela propõe leis de “direitos neurocognitivos” que incluam proteções sobre o uso de dados biométricos em ambientes de saúde e legais, assim como uma conversa urgente sobre as liberdades cognitivas, que incluem autodeterminação sobre nossos cérebros e experiências mentais. A ausência de proteções abrangentes para a privacidade mental é motivo de preocupação e pode se tornar uma realidade contemporânea.

Seu chamado à ação é urgente para abordar os riscos éticos do avanço da neurotecnologia. É importante que a proteção da privacidade mental seja considerada uma questão fundamental dos direitos humanos, e que a liberdade cognitiva seja protegida por lei, assim como outros direitos fundamentais.

É fundamental que a tecnologia seja usada de maneira responsável e que governos, empresas e sociedade trabalhem juntos para garantir que os avanços na neurotecnologia sejam usados para o bem comum, e não para controle e manipulação de indivíduos.

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