Pesquisadores descobriram uma nova fonte de energia que pode ser utilizada para alimentar uma gama de dispositivos eletrônicos portáteis.
Trata-se da enzima Huc, utilizada pela bactéria Mycobacterium smegmatis para extrair energia do hidrogênio atmosférico, permitindo que a bactéria sobreviva em ambientes extremos e com pouco nutrientes.
Os cientistas acreditam que, ao extrair e estudar a enzima, encontraram uma nova fonte de energia limpa que pode ser utilizada para alimentar relógios inteligentes, smartphones, computadores portáteis e até mesmo carros.
A Huc pode produzir mais corrente elétrica quando é fornecido hidrogênio mais concentrado, tornando-se ideal para ser utilizada em células de combustível.
Segundo Rhys Grinter, principal autor do estudo publicado na revista Nature, um dispositivo alimentado por Huc pode ser utilizado em sensores biométricos, monitores ambientais, relógios digitais, calculadoras ou computadores simples.
Até então, o modo como a bactéria M. smegmatis transformava o hidrogênio em energia era um mistério. Os pesquisadores conseguiram isolar a enzima Huc responsável pelo processo e, com a ajuda da microscopia crioeletrônica, mapearam a estrutura atômica da enzima e os caminhos elétricos que utiliza para formar uma corrente elétrica.
A equipe descobriu que, no centro da enzima, a Huc tem uma estrutura chamada de sítio ativo que contém íons de níquel e ferro carregados eletricamente.
Quando as moléculas de hidrogênio entram no sítio ativo, elas são presas entre os íons de níquel e ferro e perdem seus elétrons. A enzima, então, envia esses elétrons para gerar uma corrente elétrica.
A Huc pode consumir hidrogênio em concentrações tão minúsculas quanto 0,00005% das encontradas no ar que respiramos e pode ser armazenada por longos períodos e resistir ao congelamento ou ao aquecimento a até 80 graus Celsius.
Devido a essas características, a Huc pode ser uma candidata ideal para ser utilizada como fonte de energia em baterias orgânicas.